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sábado, 24 de agosto de 2013

Talvez Um Blues

Queria, para você, escrever uma canção amor,
mas meu coração não é musico,
tão pouco compositor.
Queria uma canção para fugir da dor pois,
quando tenho tua ausência, consigo
decifrar da saudade a essência, tento
em lembranças materializar tua presença,
mas não tenho esse dom,
sou poeta de
grafia fria tentando riscar uma canção.
Poeta de verve vazia,
compulsivo é o
pensamento,
tentando imaginar
inspiração,
poeta de pena vadia,
tímida, soa em
suave silêncio sua
comunicação,
soa como ideia fixa
minha vontade de escrever,
pra você,
uma canção.
Sou a esperança,
no desejo onde me apego
em meio a devaneios,
desilusão por completo,
eu em ti, alheio.

Quem aludiu à minha ilusão,
quem iludiu com a falsa
alusão da tua alma ao meu
coração, meu cofre vazio?

Queria, para você, escrever uma canção amor,
queria ser tua música,

Estudar dentro do teu peito
a acústica e, gritar!
mas,
mesmo que em teu silêncio
eu seja apenas um
p s i u,
deixa-me existir em ti,
és maestrina do amor
que me feriu,
mas se à isso se opor saiba que,
quanto a canção que lhe
propus, não será feliz,
será talvez um blues,
ou quem sabe um release
do que pode ser a solidão
quando se compõe com o
coração na mesa, na pena,
na contramão do poema,
na total resignação em prol
(ainda que eu tema) da sua
certeza. Queria uma canção
de amor pra você, mas terá
apenas meu silencio
r e m a s t e r i z a d o
nessa elegia, meu sentimento
assassinado, salmodiado em
fúnebre melodia. 

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