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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

In loco

O amor inventou o ódio mais ou
menos no mesmo tempo em que
um defeito humano inventou o
perfeccionismo.

O labor inventou o ócio num
entardecer qualquer onde a
preguiça, esbelta e faceira, o
seduziu para juntos desvendarem
os mistérios do criacionismo.

A poesia criou o poeta e não o
contrário, desprendeu-se da
metafísica e foi morar na alma
do versador primeiro. Antes um
desassossegado apenas.

O Homem inventou Deus e Deus
o castigou por isso, embora o
contrário seja verossímil na mesma
afirmação.

Agora, o que importa quem
inventou quem, Deus, Homem,
Ódio, amor...?

Meu tédio viçoso, a priori,
é maior que todo o universo
e quem o criou.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Incondicionado

O destino tenta
por todos os meios
justificar o meu
fim.
É a inversão da
máxima.
É da vontade dele
me fazer um
fracasso.

Mas eis me aqui,
pronto para a
vitória, e ainda
que não seja fácil,
eu irei até o fim
acreditando no
que sei, e assim,
sabendo exatamente
o que posso.

Estribilho

Dizem que é simplesmente o viver,
outros afirmam ser o amar,
ser feliz ou buscar a felicidade,
alegria e, acima de tudo,
paz de espírito.

Alguns mais realistas dizem
ser o sofrer, a tristeza e as
mazelas da mesma vida,
a consternação.

Tudo depende da harmonia,
do equilíbrio dado,
porém, para mim, na vida
não há refrão.

É ao longo do que se vive
um longo poema épico,
trágico, uma triste ode
cantada por nós com alegria.

Como uma unidade singular e
obscura, eu sou a escuridão e
a vida é a luz que me ilumina,
e este brilho me apraz.