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quinta-feira, 28 de abril de 2011

VERSOS À UM PUNK MORTO

 

Na certeza de que a eternidade seja efêmera ele vai...
despede-se da vida como quem parte atrasado
anda pelas ruas desertas como dama da noite
promiscua fêmea.
Atrás do que sempre vamos?
o que procura a vida em você, pontos fracos?
a ver pela única certeza útil temos a morte
amiga furiosa que espanca o corpo nú da vida e mostra sua beleza fútil
sua cara maligna
andarilha vadia que destroi há séculos a alma de todas as matilhas.
mas,
ela é o verdadeiro cão
a madrasta nefasta
divina.
na noite buscamos alegria
somos livres como é "livre" a euforia que vem em comprimidos
garrafas... Ah! Fumaças ilícitas nos dão a fuga dessa novela vazia.
no corpo a arte exata combina com metais que rasgam o corpo
e a dor é a dor que enobrece
a dor que excita
assim como também são nobres os prazeres carnais.
vai homem!
Vai a luta
põe suas roupas
sai...
rasga sua alma
ignore a moda e,

na escola busque a certeza de que já é hora de revolta. (dentro de todo homem há uma criança revolucionaria).

nossas espadas emitem sons raivosos
mas o que hipnotiza não são os ruídos
é a reciproca ideia de ti e da interior verdade:
"sou eu sempre, porque eu sou a insana realidade"
embriagado na estrutura confusa do meu ser permaneço calado e,
em frente ao palco vejo o roquenrou de uma forma bonita me apresentar ao tão temido diabo
Subo então até esse altar sagrado
e la de cima vejo que não preciso de regras e/ou normas
nada que seja obrigado.
na mais pura sensação livre que a fiel liberdade nos traz eu pulo sobre a multidão
e ela me recebe com tamanha intensidade que um segundo ali
pra mim é a própria eternidade.
então conscientemente desmaio
e declamo gritando os versos destilados
da poesia da minha vida no nobre roquenrou psicodélico psicografado

(se você misturar vida com roquenrou vai perceber que o mais fóda de todos os esportes radicais é a crua róda punk, a mais intensa contemplação da vida. É como que se nesse mesmo palco a própria vida fosse uma puta bonitinha de dezessete aninhos fazendo strip, e a cada acorde novo do nosso velho roquenrou ela se oferece pra você como verdadeira dama excitada e, dentro dessa mesma róda punk eu à estupro e depois vou passando seu corpo pela multidão enlouquecida de volta ao palco, e de novo no palco ela ganha vida.e tudo começa de novo.pra mim, misturar vida e roquenrou é isso).

mantenho contato com o outro lado
e para abrir a porta e conversar comigo
o "eu" do outro lado
eu acendo um pensamento e viajo enquanto meu corpo no ar é lançado
descubro o que sou e,
volto para libertar-me sóbrio da infeliz sociedade.

aprendo entorpecido pra entender o que de mim quer a realidade.

meu álibi é a loucura
assim revoluciono 24 horas dentro de um minuto
e assim vivo intensamente cada segundo

( comparo isso a determinação de uma chuva, que sempre molha os telhados); (metafóricamente falando isso também esta ligado a brasa do cigarro que queima ferozmente até a última tragada).

o punk é como o corpo que nasce pra ser enterrado.
Cemitério, ah! tão desejada morada
quem sempre tanto quis dizer
quis gritar
no epitáfio se expressa.
derradeira poesia do poeta
sujeito confuso que ama a lua e,
a noite,
a amante sua,
sempre lhe estupra com amor
e o resgata da boçal verdade do dia
e, se entrega totalmente pura
como se fosse a mais natural das ervas.

como é pura a vontade de novos dias da nossa ardente anarquia, revolução arco-íris torto sórdido e escuro que brilha no horizonte "a super nova super da poesia".

ah como é boa essa vontade louca de me perder da vida...
e me achar de novo dentro de um novo dia, e esperar angustiadamente pela noite, essa efêmera eternidade que na realidade transforma todos os homens e,
na loucura apenas nos liberta.
é a chave da porta da percepção
a psicodelia que nos espera
que nos leva pra longe da inescrupulósa razão.

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