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sábado, 27 de maio de 2017

O eunuco e A virgem

Triste a sorte da virgem
apaixonada por um eunuco,
sórdido destino.
Ele, condenado por sua condição,
e ela, inviolada, sente pulsar
no seu sexo o amor que regula
os batimentos do enamorado
coração. A natureza da fêmea
diz, através do cio da virgem,
que o desejo de ser possuída
é saudável e natural, mas o
pobre eunuco nada pode fazer,
pelo menos não do modo habitual.
O apaixonado eunuco, em nome do
amor que sente, permite que sua
amada busque fugir da sua prostração,
consente que a virgem tenha uma
noite de sexo e que ela escolha o
parceiro que achar ideal. A virgem,
religiosa e ortodoxa, condena a traição
e fala para o amado que pretende
morrer pura e casta, não terá com
nenhum outro homem tal relação.
Mas a donzela é sábia, uma vez que
ela não prove desse prazer carnal,
nunca sentirá arder em si o desejo
pelo sexo, a não ser apenas essa
curiosidade de virgem, mas acredita
ela que isso em breve passará, normal.
Porém, o guardião da nudez feminina
não aceita, para ele é injusto que sua
jovem dama se sacrifique assim, afinal,
ele sabe que no íntimo da alma dela há
uma vontade louca de ser tomada e
amada sim, desse jeito animal.
Percebendo que sua recusa afligia seu
amado, a virgem então decide se
entregar a um amante profissional.
Na noite em que houve o encontro,
o eunuco ficou a se sentir estranho,
mas sabia ele que o que permitia era
por amor, e a virgem também
compreendia a situação desse jeito,
por amor, pelo casal.
Após uma semana (os dois decidiram
que uma semana seria um tempo bom
para a virgem poder provar do prazer
do sexo e depois, por amor, se abster)
volta a desaventurada dama para os
braços do seu eunuco. Abatida e triste
porém. Ao ser indagada sobre como foi
o encontro sexual que teve, a virgem,
já não mais virgem, chorou e sorriu
ao mesmo tempo. Disse que tudo foi
consumado, mas não aconteceu como
ela queria. De fato já não tinha mais o
cabaço, mas quanto ao prazer, descobriu
ela que depois de uma semana de muito
sexo, era frígida, fria como o ártico.
Assim, em comum acordo, os dois
viveram felizes para sempre.

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