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quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Unidade

Aquieto-me por entre cóleras vazias,
irascíveis tumultos urbanos,
coletivos absurdos suprimem o
indivíduo e matam qualquer
chance desse um ser apenas
o um que todos são.

Sou todo universo,
porém sou unidade,
de carbono,
de silêncio,
decompondo
saúde e vivendo
a vida a beira da
morte.

Sou unidade de esperança,
de desespero, angustia e
abandono.

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Morrer

Avizinha comédia o
trágico drama da
vida,
adivinha tragédia o
riso nos lábios da
morte, a divina.

sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Metáfórica

O homem que fazia
fogueira sob a chuva,
fazia saber que
alienígena algum finge
não desconfiar que há
base militar humana
na lua, pela desculpa de
que não há vida fora
dessa nossa eterna
mentira cotidiana.

O Homem que fazia
fogueira sobre a chuva,
fazia metáforas de fogo
líquido em versos derretidos,
tudo isso na  paleta de
alguém pintando o seu
mundo tendo o som da
chuva como música.


Eleva-me Afora

Foi se por calendários e ampulhetas
o tempo pela vida afora,
vai e nunca se esvai, estoico,
resiliente, extenso e nunca ex,
o nunca nunca mais.
Há sempre, levando consigo a
infância, juventude, o amadurecimento
e a velhice de todos e de tudo,
inclusive das rochas, metais,
deuses e demônios e tantos outros
heterônimos mais.

Ah! foice do tempo,
leva-me também
embora pro fim,
leva-me para Atlântida,
para alguma lua de
Saturno ou apenas para
Guadalquivir.

Leva- me tempo,
e em tempo,
eleva-me daqui.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Algoritmos

Seres raros e para poucos,
loucos, patológicos ou não,
poetas, ascetas, de cavernas,
esquinas, cabeça e coração.

Ancestrais definidores de um
futuro que virá.
Somos passados a limpo sempre
pelo crivo do tempo,
para no presente, este calendário
ambulante nos sublinhar.

Revolucionários em direção à
dicionários buscando a
significação do termo para
nos apoiar.

Gênios e imbecis membros
do mesmo clube, da mesma tribo?
Não. Andamos sozinhos,
incógnitos e solitários,
patológicos ou não.

Algo em ritmo de reflexão,
agentes da ação ou não,
somos.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Otenos

Tão distantes uns dos outros,
vivos dos mortos, mortos vivos,
deuses e Homens, semi deuses.

Tão próximos ao mesmo tempo,
vida e morte, coma induzido,
templos e crenças, religiões.

Tanto faz em que acreditas,
tanta fé tens para crer no
absurdo. Quão paradoxal é crer
no amor de quem se diz absoluto.

Absoluto sois vos Homens!
amor é para comprtilhar entre
todos nós, Deus é todo poderoso,
ganancioso e auto suficiente.

olhando os astros

Enquanto durmo penso
sobre a insônia;
Quando como penso em
toda a fome que assola o
mundo, quando me
colocar no lugar do
outro não me fará
pensar nas misérias da
minha existência?
Para aqueles que
viajam pelas minhas
veredas eu desejo que
sangrem também em
suas vidas maravilhosas.

O universo é infinito,
os desertos gigantescos,
o oceano é profundo,
eu sou meu egoísmo
que como filantropo
é um asteroide,
um beduíno,
e um Miracéu.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Nunca

Quando toda essa
poesia irá bastar?
Quando toda essa
poesia bastar, essa
poesia toda irá
bastar.

Isso de bastar
toda essa poesia,
para mim, jamais
b  a  s  t  a  r  i  a.

sábado, 11 de agosto de 2018

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Sínteses

Ensaios de ensejos,
aspirações entre aspas
e indefinidos desejos...
Muitas vezes,
para muitos,
toda uma vida não
chega a ser uma
vida toda, estes
geralmente
costumam-se a viver
como sínteses de
si mesmos.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Demo Acracia

Apostolo do caos,
agente da revolta e,
a propósito, quanto
mais próximo do mal
mais o bem se
santifica, e quanto
maior também for
a gloria, mais
déspota fica.

Um anarco contribuinte
que não acredita no Estado,
mas que sustenta ele vivo
enquanto à margem
sobrevive.

Dado que,
num jogo de
caras marcadas,
dados viciados,
todos os votos
são nulos,
inclusive meu
sincero voto de
confiança no
futuro que sobre
nós incide.

Acredito em cada um
e não na sociedade,
acredito no indivíduo
e não no Estado,
no coletivo. Acredito
em cada um de nós,
mas raramente no
''nós'' amontoados.

Um derruba o outro,
põe o próximo abaixo...
um põe todos
e todos põe um.

Canceres e Cancros

Pôr por baixo da porta da
República,
enquanto ela adormecida
ainda tenta sonhar,
a sua carta de alforria que,
na forja do fogo e da anarquia
foi escrita e assinada por nós,
dizendo que ela foi deposta,
está livre de nós,
de todos nós,
canceres e cancros duma
pátria esdrúxula.