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terça-feira, 27 de maio de 2014

Banquete arte

os olhos nus
da minha alma noir
salivam à observar
teu alvo corpo vestido
da mais bela carne.
o desejo de lhe devorar
me cega, tal desejo irá
me guiar às cegas...
teu corpo, jovem mulher,
servirei ao pecado em um
banquete.
teu corpo,
servirei à morte ao molho
vermelho para que meus
demônios possam banquetear-se
em deleite.

farei de ti a mais bela obra de arte,
tua virgindade será preservada,
para que tal obra cunhada tenha
um quê de pureza que a enfeite.

domingo, 25 de maio de 2014

em vão

pergunta meu bobo coração,
o que pode ser mais tolo que
o amor e sua imortalidade,
se diariamente ele em suicídio
tenta provar sua fugaz linhagem?
em vão.
assim como meu coração
tenta provar que não precisa de
nenhum sentimento imortal e suicida.
em vão.
assim como esse poema escroto e
intimista...nada tenta.
ou não.

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Rosas, lírios, jasmins

Há flores doentes no ambulatório
do jardim,
rosas, lírios, jasmins,
todas em febris delírios
'pétala sobre pétala ardía'
todas quase mortas ou
quase mortas todas até
o final do dia.
Em seu pranto, as moribundas
entoam ritos aos céus,
elegias, ditirambos,
ladainhas por intempérie,
porém, sobre elas apenas
o sol impera.
Não haverá chuva,
não há nuvens,
não há vento.
Não haverá cura,
não há água ou
unguento que atenue
uma secura tão perene.
As raízes já perderam as forças,
o solo seco às venceu, na parcimônia,
a conta gotas, a contragosto.
As flores morreram, quase todas.
As que não, estão vivas pois no
velório choveu, a noite toda.