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sábado, 10 de abril de 2021

Talvezes

Eu acredito no talvez,
não no sim
nem no não.
Tolice é crer na certeza,
prefiro apostar na dúvida
e nos porquês.
Ora o céu
chora ao chão,
os pés que pisam sustentam
os olhos que vêem,
os passos que conduzem o
olhar leva-nos sempre para
apenas observação,
e isso é empírico,
queira crer ou não.
Sentimento e emoção,
à trai e atrai,
sinta, ouça a sensação,
acredite nos talvezes que
podem ser e fuja sempre
que quiser para longe,
para bastante longe
das certezas da razão.

Escuro Amor

Nem todo o luar de todas
as noites pratas
de todos os tempos
desde o início de tudo
até mesmo o tempo total
de existência do que é
infinito;
Nem todo o vazio e
escuridão de qualquer abismo
podem ser mais do que o
amor que poderia ser,
porque eu amo você e
Por que eu amo você
se você não sabe amar?
Faço da lua até o mar
o meu abismo mais seguro
e nele mergulho,
mergulho fundo, me afogo
e morro...e tudo isso é só amor,
o maior que poderia ser,
Porque eu amo,
porque eu amo você que é luz,
luz dentro desse amor escuro.

Morto Feliz

Chegou a hora exata,
disseminou-se a morte sobre
uma vida estúpida e calada,
a vida muda, errática,
disse-me nada
toda a vida toda
sobre a existência que
veio e se foi sem eu
ter sido e existido em nada:
   Hoje morro calado, e
   se parto calado, é porque
   deixo-me ir no mesmo
   silêncio que toda a minha
   vida toda tem me
   observado.
Observa-se a morte
com verbo velado nós
lábios e de cetim negro
no olhar,
agora beija-me a tez,
outra vez,
feliz como quem diz
que é,
e eu também estou feliz,
porém não fui quando vivo,
não como a morte é.

Isso Antes

Ouça-se
silêncio
só sua
voz e
con-
centração.
Oussasse-
se assim a
isso antes,
hoje teria
você a
palavra.