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sábado, 23 de novembro de 2013

soneto

oh amor! responda-me porque és
tão apegado ao abandono.
responda, de fato, como um socorro,
por que me olha sempre de viés?

ah senhor! avô de tal criação,
o Homem, filho teu, criou este monstro
a exemplo seu, e agora nesse assombro,
condena à todos a mesma maldição.

amar! amar! sofrer! amar!
sofrer! sofrer por esse amar
em toda a ímpia humana condição.

o Homem ama-te senhor,
e nesse invento à te louvar
está toda a gloria da sua perdição.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Condomínio

Poesia é
terreno baldio.
Ali, busca abrigo
o vadio, o poeta.

O resto é
compromisso,
condomínio,
métrica.

Busca Brusco

não desisto
de tentar
e sim em
possuir
quando atento
que há
muito mais
no procurar
do que
no conseguir.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

soneto

tua boca à mastigar mandíbula,
ou essa à mastigar a boca à degustar
saliva, à ruminar os vômitos enquanto
alimentos para tua pobre vida.

teus úberes à alimentar demônios à
sugar teu leite necro, azedo enquanto
ainda cedo e, mais tarde, teu putrefato
alimento à assassinar rebentos pela arte.

teu corpo inchado ao prazer dos condenados.
a carne à proclamar a crença, enquanto
tua existência alimenta o profano...

em tua paleta certamente não caberá toda
a tinta necessária à esta obra, artista ufano,
e as cores que faltam, encontrará em tua alma
                                        [enquanto humano.]



quarta-feira, 6 de novembro de 2013

pra não dizer que não falei das putas

tanto tempo o tempo
me deu para transformar
o meu lamento diante do
teu adeus, em esquecimento,
ou algo parecido em que
isso se converteu.
mas não pense que lhe esqueci,
não se iluda, do meu passado lamurioso,
às tuas custas, ainda há um pouco
em mim e trago cá estes versos
para você, assim, sem merecer,
pra não dizer que não falei das putas.