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domingo, 3 de junho de 2012

musa emudecida

as palavras mais belas que já ouvi
saíram da tua boca.
precedidas de beijos e,
estes com gosto de láudano que
curavam a alma e o corpo
inflamava sob a roupa. havia
em meus ouvidos, nesses instantes,
divina melodia e, as batidas
do meu coração oscilante suavizavam-se
em ataráxica arritmia. tua
pele de suavidade cobiçada pela seda
em contato com meu tato dilatavam-se
os poros e, em gloria todo o desejo,
um prazer de extrema grandeza.

oh! como dói a falta de tais beijos!

a certeza de não saber
se terei de volta os teus lábios
traz a mim profundo desespero,
um alento de um decaído hágio,
hábil demônio faceiro. em fusão
com o que me assombra se soma
ainda a culpa de não ter
sido o seu amor primeiro...
pra ti não fui e menos ainda sou,
pois meu coração hoje já não possui
aquele teu ensaiado amor.
agora deliro sendo poeta, de lírios
nas mãos com minha amaldiçoada
alma aberta à lua, de lira e pena histérica.
diante do teu corpo...morto, vejo
os vermes em festa que parecem
saber que degustam a fria carne
putrefata da dama mais bela,
do corpo mais formoso que,
após recusar-me como dono,
da boca já não saem mais palavras belas.

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