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segunda-feira, 24 de março de 2014

minuto de silêncio

ouve-se as
sessenta batidas
do ponteiro dos
segundos.
nada houve.
apenas o silêncio,
sucinto,
nesse tempo todo
coube.

e alguém já extinto
se sente muito melhor,
pelo menos por hoje. 

Primal

Fez-se a tristeza megalômana,
fez-se assim, sob os olhos de
um primal desejo,
eis que ela proclama:

-surge a aproximação do fim.

Como saber ao certo o que
resta ainda de mim, se sobre
esse fato infecto nada sei
como nada nunca ninguém

sabe...nada sobre o fim?

Como fugir dos braços da morte
se o que quero é abraçá-la enfim?
por esse amplexo anseio, oculto
em minhas mãos uma adaga de marfim,
irei golpeá-la nas costas, quando esta
vier até mim...porem tudo isso é apenas
minha tristeza, não sei como nem quando,
mas foi ela que fez-me assim,
tolo poeta,
um asceta dentro de mim.

Sou eu uma caverna!

Uma caverna onde algum ser primitivo
pintou com sangue nas paredes meu
destino e meu fim, desenhou um espelho
para se admirar e acabou observando à mim.

escrevendo agora estas palavras
o vejo com as mãos vermelhas
segurando a adaga de marfim.

Irá golpear-me... de dentro para fora,
chegando então
eu ao meu fim,
pronto para a guerra.



quinta-feira, 20 de março de 2014

Animosidade

Eu enquanto poeta
fictício tenho como
ossos do oficio o
ócio no cio perpetuo,
ócio fértil em todas as
poéticas necessidades.
Mas quando não,
basta-me apenas
minha criatividade
estéril.

Brio Outonal

Ainda assombra a
sombra dos outonos
de outrora.
Assoma a soma dos
meus fracassos passados,
traz a tona a ausência das
glorias que não me conquistaram.
Mas o outono vai embora, muito
embora a malgrado dos versos,
ele nunca desocupa em minha
sina o posto de eterno, e em
minha poesia faz-se sempre
oposto, com muito gosto,
aos sabores dos meus versos. 

quarta-feira, 12 de março de 2014

Do Antes ao Agora

o antes nunca será agora.
não há presente para o
antes, apenas passado,
já era, já foi.
ao contrario do agora,
que, é agora e será depois,
quanto for a hora.
sendo assim, agora não é
o antes do agora que será depois,
ou agora é um antes que já foi?

segunda-feira, 10 de março de 2014

Acareação

vis versos vorazes,
fiz. e quando
vis-à-vis, faltou
voracidade veras,
e a veracidade dos
versos, ou do vate,
foi fugaz.
-quem mentiu pra
quem aqui,
quem não foi veraz?
vocifera fadigada a
pena, à vexar.



domingo, 9 de março de 2014