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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

999

Aquele aviso deveria ter algum fundamento. Fiquei pensando nisso o dia todo, por que a senhora Eleonor iria inventar toda essa historia? alguma coisa que ela viu à fez perceber que Beth tem ou deseja ter algo com Celso. Não sei, mas vou tirar isso a limpo hoje mesmo. Beth e Celso, como eu nunca suspeitei de nada, talvez porque realmente eu nunca tenha visto nada assim, suspeito. O que aquela velha viu? "se eu fosse você filha, ficava de olho, as vezes tudo acontece em baixo dos nossos olhos que só alguém de fora para perceber." vou falar com Beth. Se aquela vadia admitir que tem um caso com Celso eu mato ela, desgraçada, como que só agora eu percebo que aquela carinha de menina boba na verdade é uma fuça de puta. Se eu tiver que tocar a campainha mais uma vez, não tocarei, vou embora. Droga, cadê essa put.. até que enfim está vindo.
— Elisa, tudo bem, aconteceu alguma coisa?
— Aconteceu Beth, preciso falar uma coisa séria com você.
— Que foi?
— Sabe a senhora Eleonor, minha vizinha?
— Sei, o que que tem?
— Então, ela me disse hoje que ontem viu você e o Celso juntos lá no portão de casa. ela achou estranho o comportamento de vocês quando à viram e me jurou de pés juntos que vocês dois estão tendo um caso.
— Como? essa velha está louca, eu fui ontem sim até sua casa procurar você mas você não estava, então deixei com o Celso os livros que você me emprestou e só. A hora que ela nos viu eu já estava indo embora, não teve nada de estranho, essa velha deve tá caduca, Elisa.
— Não acredito que ela iria inventar isso do nada. Bom, em todo caso se realmente estiver acontecendo algo eu vou descobrir.
— Se não quiser acreditar em mim tudo bem, fale com seu marido, quem sabe nele você acredite. Outra coisa, eu nunca teria nada com o Celso, e não é por que ele é casado, mas ele não faz o meu tipo, nunca sentiria qualquer tipo de atração por um homem como ele. Quanto ele ser casado não haveria problema, já tive minhas aventuras com homens casados antes, mas eram homens que valiam o risco, agora o Celso, me poupe Elisa, e quanto aquela velha, acho bom ela não cruzar meu caminho se não eu mato ela.
— Vai demorar um pouquinho, ela viajou hoje, volta mês que vem.
— Quanto ao Celso, o que tem de errado com ele, porque você não teria uma caso com ele?
— Ah Elisa, tchau, vai conversar com seu marido e me deixa em paz.
O que há de errado com o Celso, porque essa vadia não ficaria com ele?
O Celso sempre foi um homem bonito, atraente, ainda hoje continua sendo muito atraente, ou será que só eu acho? Bom, ela também não iria admitir que o acha atraente, uma vez que néga que tenham alguma coisa. Vou falar com o Celso.
— Amor, preciso falar com você?
— Pois fale.
— O que você acha da Beth?
— Que Beth?
— A Beth, aquela que veio aqui ontem me procurar.
— Ah sim, não sabia que ela é essa Beth que você tá falando.
— Quantas Beth's você conhece?
— Nenhuma, é só que...mas porque você tá perguntando isso, o que tem essa Beth de tão especial?
— Nada, só me diga o que você acha dela?
— Não acho nada, nem lembro da cara dela, ela falou pra você que esteve aqui ontem?
— Não, a dona Eleonor me falou.
— Aham, e o que é que tem?
— Não aconteceu nada, alguma coisa que você queira me falar?
— Não, porque, o que aquela velha disse?
— Ela me disse que se fosse eu ficava de olho, as vezes tudo acontece em baixo dos nossos olhos que só alguém de fora para perceber.
— O que isso quer dizer, você não perguntou pra ela?
— Não, ela me falou que viu vocês dois ontem aqui no portão, me disse isso depois entrou no táxi e saiu, foi visitar a filha e volta mês que vem.
— Então você vai ter que esperar ela voltar e perguntar o que essa velha do caralho viu, e o que ela quer dizer com essa porra.
Dona Eleonor não teria me dito aquilo se não tivesse visto algo suspeito, nunca falou comigo, por que inventaria tudo isso? É por isso que não posso ficar com o Celso, dona Eleonor me parece bastante lúcida para ficar imaginando coisas. Hoje eu deixo o Celso. Espero que ele entenda.
— Celso, estou indo embora. Se você não é homem o suficiente para assumir que está tendo um caso com  Beth então também não é homem para mim.
— Você prefere acreditar na velha então, tudo bem, se não confia em mim prefiro que vá embora, volte pra sua vida fudida de antes.
— Me diga uma coisa antes Celso, você não acha a Beth atraente?
— Do que você tá falando Elisa, porque insiste nisso. Já falei que não acho nada, não sei se é feia ou se é bonita, se é gostosa ou não, que diferença faz agora, você já não tomou a decisão de ir embora?
— Já me decidi sim, só gostaria de saber se sente por ela o mesmo que ela disse sentir por ti.
— Ela nem me conhece, o que poderia dizer que sente por mim?
— Porque o interesse, não disse para eu não insistir nesse assunto?
— Não me fale Elisa, não me interessa mesmo. porque você  e essa Beth não vão para o inferno, levem junto também essa velha e me deixem em paz.
— Como queira Celso. Maldito.
Se prefere aquela vaca da Beth, ficará junto com ela então. VOU MATA-LOS.
Preciso achar um jeito de reunir os dois, depois eu acabo com eles. Já sei, mandarei um bilhete para Beth dizendo que me encontre hoje no estacionamento do seu prédio, lugar vazio perfeito para o que planejo, em seguida ligo para o Celso e marco com ele também no mesmo lugar. Bilhete mandado, agora vou ligar para o Celso.
— Alô?
— Oi celso, sou eu.
— O que você quer, Elisa?
— Preciso falar com você, é serio. Queria pedir desculpas.
— Tá, mas venha aqui em casa então.
— Não posso celso, na verdade eu preciso muito de um favor seu, o pneu do meu carro furou e bem que você poderia vir aqui troca-lo para mim, né?
— Você é foda Elisa, fala aquele monte de merda pra mim e depois liga pedindo ajuda.
— Desculpa Celso, eu prometo que não vou encher seu saco mais com isso, mas só se você me perdoar, me perdoa?
— Ta bom Elisa, eu vou te ajudar. Cê tá aonde?
— Eu tô aqui no estacionamento do prédio duma amiga minha, fica na rua daquela praça onde a gente se encontrava, lembra? o numero é 999.
— Beleza, to indo.
Ótimo, escondida aqui, agora é só esperar pelos dois. Chegou a vadia, espero que o Celso não demore. Que maravilha lá está vindo o Celso. Que bom que eu achei o 38 velho do meu pai, como faz tanto tempo que ele não mexe nesse revolver aposto que nem irá sentir a falta do mesmo, depois de acabar com esses dois filhos da puta eu jogo a arma no mar, plano perfeito. Agora que os dois estão juntos, na verdade cada qual em seu carro, me esperando, é hora do show, lá vou eu. Agora ligo para o Celso e peço pra ele ir até o carro de Beth.
— Oi, cadê você mulher?
— Eu to aqui no carro da minha amiga, venha aqui, meu carro tá aqui do lado. É um Fiat Punto vermelho o carro dela, tá aqui próximo dos extintores, tá vendo?
— Tô, já chego.
Pronto, agora é só me preparar. O celso tá chegando.
— Oi, cadê a Elisa?
— Celso, o que cê ta fazendo aqui?
— A Elisa marcou comigo aqui, eu vim trocar o p...espera aí, você não é a Beth, o que que tá acontecendo?
Agora. Primeiro você canalha.
— Elisa, o que é isso, que porra é essa?
'Pow' 'Pow'. Morra desgraçado. Agora você vadia.
— Elisa não nã...'Pow' 'Pow' 'Pow'. Agora se amem no inferno, malditos.
Tô me sentindo bem mais leve agora. Três semanas, a poeira já baixou, a polícia não faz a mínima ideia de quem os matou, e eu estou tranquila.
Tem alguém na porta, quem será.
— Dona Eleonor, a senhora?
— Oi minha filha, eu cheguei hoje da casa da minha filha e queria pedir desculpas para você.
— Desculpas pelo o que, Dona Eleonor?
— Aquele dia filha, quando eu estava indo viajar eu falei umas coisas pra você.
— Hã, o que que tem?
— Então filha, esqueça o que eu falei. É que eu tomo um remédio muito forte e as vezes eu tenho uns devaneios, umas confusões na minha cabeça e daí eu acabo inventando coisas. Aquele dia eu tava dopada pelo remédio quando disse aquelas coisas pra você, me perdoa tá filha, agora vou entrar por que essa friagem faz meus ossos doerem muito, até mais Elisa.
FILHA DA PUTA, matei os dois, e eles falando a verdade.Velha escrota, que bom que não joguei o revolver no mar. Acho que amanhã vou fazer uma visitinha para a dona Eleonor.

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