Páginas

Total de visualizações de página

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

horizonte só

O que pensa o horizonte
ao me olhar,
será que sabe ele que sua existência
é o longe,
que meu olhar é um monge
ao contemplar sua persistência em em
se afastar.
Sabe ele o quanto meu desejo
é coisa muita,
o quanto
intento numa distância entre nós
mais à queima roupa,
que suspiro a cada
passo pelo martírio que para mim é
tentar algum contato.
Eu, um ultrarromântico,
um suicida em plena omissão,
fingindo ser
denso dentro da mais pura leveza,
onde,
se assim obtivesse êxito,
seria chamar atenção para
toda uma existência em tristeza,
sabe-o
o quanto sou reflexo da sua certeza, a de
nunca ser alcançado,
que a empatia será
o mais próximo que chegaremos um do outro,
pois enquanto esperança me oferece atenção,
me oferece a mão sabendo que nunca foi
capaz de utilizar o tato,
sabe ele que sua
companhia é tão presente quanto admirar
um retrato, e o presente é nostalgia por um
futuro, fruto dele e assim assaz ingrato?

O horizonte sempre será só e,
em direção à ele, eu, mais solitário
sou a cada passo dado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário