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segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Ipsis Litteris

Se algum dia algum leitor meu,
ou crítico literário, dizer que em
muitos dos meus versos é nítido 
e fácil de perceber pedidos de
socorro por parte do autor,
eu deixo dito já de antemão que
esse leitor ou crítico, ou crítico 
leitor está errado.
Meus versos não são e jamais
serão, de natureza alguma,
pedidos de socorro ou coisa
parecida, meus versos são 
explicitamente exatamente 
apenas aquilo que exprimem e
expressam.
Desse modo, se falo de tristeza,
não quero ajuda de ninguém 
de forma alguma e de nenhuma
forma, quero apenas cantar
minha tristeza;
Se falo das drogas que me
consomem e/ou me consumiram
e consumirão, quero dizer que
consumo drogas, e só.
Se renego Deus nos meus versos 
e, construo assim minha poética,
é porque minha verve versa por 
esse lado e apenas mostra a minha
contundente descrença em todas
as espécies de Deuses, reafirmo e
re-nego mais uma vez, não quero 
ajuda e tampouco busco despertar 
em quem pensa diferente, algum
tipo de ajuda espiritual, muito
pelo contrário, sou eu quem quer
despertar, e despertar naquele que
lê, alguma forma de reflexão 
genuinamente racional.
Não procuro buscar Deus dizendo
o contrário, o que é dito em meus
versos é direto e reto aquilo que
dizem, o que fica nas entrelinhas 
é o que o leitor entendeu, e não 
o que o poeta propriamente disse.
Não é do poeta a culpa do que causa
a sua poesia, é toda e inteiramente 
somente e apenas daquele que lê...
e só.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Revel

Eu bem quis da madrugada 
o silêncio e a escuridão.
Da manhã o orvalho que
umedece heras e relvas
eu quero uma brisa fresca
e suave em minha face,
enquanto sigo de volta 
ao lar, lar ainda que ao
léu, Lar, e o sol que aos
poucos surge vai
aquecendo meu sono ao
tempo que adormeço,
ao tempo...revel...
No entardecer do dia
quero despertar incólume 
como borboletas de vidas
breves abandonam suas
crisálidas.
Do anoitecer o crepúsculo 
púrpura em minhas retinas
e nas minhas iris castanhas,
cúmplices consortes do que
vêem, e à noite eu quero da 
noite a noite toda, todas as
noites, o escuro todo do céu.

Ontem Será

Estive a supor,
propor para mim
um futuro glorioso 
e repleto de felicidades,
porém, errei em me concentrar 
no dia de amanhã e não no de ontem.
Hoje eu definitivamente tudo posso e

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

Nú essencial

A nudez quis outra roupagem,
dissimulou, e fingiu mudar
apresentando-de em outros
trajes. Mas o hábito não faz o
monge. 



quarta-feira, 22 de outubro de 2025

Radicais Livres

Perde-se de vista a escuridão, 
e o nada que tateia minhas mãos
é tudo o que tenho, porém,
os passos que meus pés não hesitam
em dar exercem sobre o chão 
impressão de pés que não têm 
receio de pisar, entretanto, desejariam
flutuar talvez, tresandando pelo ar
como vapores insalubres, éteres talvez,
mas são mais pesados do que o ar
que nos rodeia e que, esse sim, exerce
sobre nós suave pressão, e trespassamos
por essa atmosfera e nada sentimos.
Eu, meus pés e passos espalmados e
punhos cerrados somos radicais demais,
livres como velhos punks cansados e
pesados o bastante para que todo o
ao redor de nós nos perceba sem 
conseguir não se estressar com nossa 
passagem e presença. 

quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Tudo enquanto Nada

Nunca serei o que jamais serei,
como jamais fui o que nunca fui,
e do mesmo modo não sou aquilo
que não sou. E o que sou, ou fui e
serei então?

Tudo enquanto Nada.

Tudo enquanto nada
e, senão você, ninguém será...
Seja lá quem for!
 

domingo, 14 de setembro de 2025

Fantasmas

Todos meus Eu's
tornavam-se
eternos quando 
morriam cedo...
hoje somos todos 
tarde demais e
efêmeros para
sempre...
tornamo-nos 
imortais.