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domingo, 18 de maio de 2025

Mesmo

Quantos enquantos quando
todos eles reunidos!
E estes ínterins agrupam-se
para discutir o papel deles
no tempo...e no cotidiano de
todas as coisas, por ora,
percebe-se a ausência desses
intervalos quando nada mais
consegue chegar a lugar nenhum. 
Não há mais conclusões de nada.
E quando cada instante volta a
ocupar seus postos, o (mesmo)
tempo para para pôr e organizar 
cada enquanto em seu devido lugar.

Te Deum Laudamus

Parece desaparecer 
para quem via,
como que se se
despedaçasse em
déjà vu, um
pensamento dejejum 
de uma cabeça amiúde
com fome.
Havia na ideia 
vaga reminiscência 
de um instante 
qualquer jamais
vivido enquanto 
empiricamente 
lembrado.

sexta-feira, 16 de maio de 2025

Parábola sobre Deuses

Astronautas saem de um buraco
no céu como formigas surgem
do solo. Descem de lá como que
de rapel, como insetos subterrâneos 
à superfície sobem. 
Estes, os astronautas, quando tocam
o chão com suas botas herméticas
esmagam sem perceber ou
propositadamente, os minúsculos
seres que saíram das trevas do seu
submundo para uma morte corriqueira
e sem razão. Porém, certa feita, um
desses pequenos seres, constituído 
de peçonha letal, conseguiu subir pelos
pés daquele que pisava seus semelhantes 
e conseguiu adentrar o traje.
No primeiro contato com a pele
desprotegida afundou seu ferrão na derme
do astronauta e injetou todo o seu veneno,
no mesmo instante houve a queda daquele 
corpo no solo, já quase sem vida, e o
estampido que fez o corpo ao cair, atraiu
para ali todos os insetos e vermes que
habitam o ao redor e as proximidades. 
Pouco tempo depois já haviam devorado
quase todo o cadáver daquele que desceu
dos céus. Àqueles que vieram junto com
o que foi devorado, assustaram-se com o
que viam e voltaram para cima, e jamais
outra vez tornaram a pôr os pés neste solo.