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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

In loco

O amor inventou o ódio mais ou
menos no mesmo tempo em que
um defeito humano inventou o
perfeccionismo.

O labor inventou o ócio num
entardecer qualquer onde a
preguiça, esbelta e faceira, o
seduziu para juntos desvendarem
os mistérios do criacionismo.

A poesia criou o poeta e não o
contrário, desprendeu-se da
metafísica e foi morar na alma
do versador primeiro. Antes um
desassossegado apenas.

O Homem inventou Deus e Deus
o castigou por isso, embora o
contrário seja verossímil na mesma
afirmação.

Agora, o que importa quem
inventou quem, Deus, Homem,
Ódio, amor...?

Meu tédio viçoso, a priori,
é maior que todo o universo
e quem o criou.

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