e o nada que tateia minhas mãos
é tudo o que tenho, porém,
os passos que meus pés não hesitam
em dar exercem sobre o chão
impressão de pés que não têm
receio de pisar, entretanto, desejariam
flutuar talvez, tresandando pelo ar
como vapores insalubres, éteres talvez,
mas são mais pesados do que o ar
que nos rodeia e que, esse sim, exerce
sobre nós suave pressão, e trespassamos
por essa atmosfera e nada sentimos.
Eu, meus pés e passos espalmados e
punhos cerrados somos radicais demais,
livres como velhos punks cansados e
pesados o bastante para que todo o
ao redor de nós nos perceba sem
conseguir não se estressar com nossa
passagem e presença.